Não é nenhum exagero falar que Inhotim é uma das maiores atrações do Brasil considerando que se trata simplesmente do maior centro de arte contemporânea a céu aberto do mundo. Ele fica localizado na cidade de Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte. Normalmente, todo mundo já chega com expectativas altas em relação ao lugar vindas dos visitantes anteriores e ainda consegue se surpreender mesmo assim! Inhotim é absolutamente único pelo seu tamanho gigantesco e pela forma como as obras conversam com a natureza. Além disso, chama atenção o fato do lugar ser absolutamente democrático. Tanto crianças quanto adultos aproveitam o lugar independente de terem conhecimento prévio de arte ou não. Muitas obras são interativas e envolvem experiências sensoriais como ver, tocar, ouvir, pisar ou até correr. Entre uma instalação e outra, passamos por inúmeros jardins, trilhas na mata ou campos abertos em paisagens lindíssimas. Tudo com uma estrutura muito bem conservada e bem cuidada!
LEIA TAMBÉM: Cidades históricas de Minas Gerais
Um pequeno guia para Inhotim
História do Instituto Inhotim
Corre uma história entre os moradores de Brumadinho que o lugar já foi uma fazenda que pertencia a uma mineradora que atuava na região no século XIX e tinha como responsável um inglês chamado Timothy. Costumavam se referir a ele como “Senhor Tim” e, na linguagem local, isso acabou virando “Nhô Tim” ou “Inhô Tim”.
O Instituto Inhotim, propriamente dito, já vinha sendo idealizado desde meados da década de 1980 e surgiu em 2002 para abrigar a coleção de arte do empresário mineiro Bernardo de Mello Paz. Ele foi casado com a artista plástica Adriana Varejão e foi se desfazendo de seu acervo de arte modernista ao longo do tempo (que incluía trabalhos de Portinari, Guignard e Di Cavalcanti) para formar a coleção de arte contemporânea que hoje se encontra nas galerias de Inhotim.
Em 2005, começaram a realizar visitas pré-agendadas das escolas da região e de grupos específicos. Em 2006, o lugar foi aberto ao grande público em dias regulares sem necessidade de agendamento e com toda a estrutura necessária para visitação.
Inhotim. (Fonte: Mari and the City)
Inhotim: quando ir
Dá para aproveitar bastante a visita a Inhotim em qualquer época do ano, mas o inverno é mais recomendado. Entre os meses de maio e setembro, o tempo está mais seco e costuma estar mais frio pela manhã e ir esquentando ao longo do dia. De novembro a fevereiro, o clima está mais úmido e podem acontecer chuvas fortíssimas no fim da tarde. O parque é gratuito às quartas-feiras, então fica lotado de excursões nesse dia e é bom evitar se quiser fazer um passeio um pouco mais tranquilo. Ele é fechado apenas às segundas-feiras.
Inhotim: como chegar
Jardim em Inhotim. (Fonte: Mari and the City)
Inhotim: quantos dias ficar e onde se hospedar
O tempo ideal pra ver tudo é dois dias. Indo sozinho, pode ser mais rápido. Em grupo, você acaba parando para conversar e admirar a paisagem entre uma galeria e outra. Mesmo assim, muita gente chega querendo ver o maior número de obras em apenas um dia. Para economizar tempo e conseguir ver tudo mais rápido, não deixe de comprar o passe do carrinho que leva às obras mais distantes junto com o ingresso. Sem usar esses carrinhos que conectam as obras, você não vai conseguir aproveitar quase nada em só um dia!
Belo Horizonte. (Fonte: Mari and the City)
A zona hoteleira de Brumadinho não conta com muitas opções e, normalmente, você terá que ficar em pousadas mais simples que podem ter preços mais altos por conta da proximidade com o parque de Inhotim. Se for visitar o parque em apenas um dia, o ideal é se hospedar em Belo Horizonte. Na capital mineira, aposte em bairros como Lourdes e o Savassi. No primeiro, há opções como o Promenade BH Platinum (RESERVE AQUI!) e o Mercure Belo Horizonte Lourdes (RESERVE AQUI!). No Savassi, há opções como o Royal Savassi Boutique Hotel (RESERVE AQUI!) e o Radisson Blu Belo Horizonte Savassi (RESERVE AQUI!). Nas proximidades de Brumadinho, a melhor pousada da região é a Estalagem do Mirante. Ela tem chalés bem charmosos e um terraço com cachoeira artificial com boas opções gastronômicos, mas fica a uma distância razoável do parque do Inhotim: cerca de 50 min de carro. Bem mais próximo do museu, temos a Pousada Verde Villas (RESERVE AQUI!).
Para ver outras opções de hospedagem em Belo Horizonte, clique aqui!
Para ver outras opções de hospedagem em Brumadinho, clique aqui!
Inhotim: onde comer
Dentro de Inhotim, há dois excelentes restaurantes. Eles têm um ambiente bastante agradável, decoração linda e sabem aproveitar bem o fato de estarmos tão perto da natureza. O mais sofisticado deles é o Tamboril. Ele oferece buffet livre ao preço fixo de R$70 por pessoa. Já o restaurante Oiticica tem vista para o lago e um também funciona como buffet, porém em um sistema um pouco diferente. Cada cliente pode escolher apenas uma das opções de carne e se servir apenas uma vez ao preço de R$38,90. O buffet do restaurante Oiticica é mais simples do que do Tamboril. Além disso, o parque conta com uma série de cafés e lanchonetes para quem não deseja perder muito tempo durante as refeições.
Inhotim: como circular pelo parque e o que não deixar de ver
Para circular pelo parque, você recebe um mapinha logo na entrada depois de adquirir os ingressos (VEJA O MAPA AQUI). Você verá que as galerias e instalações estão divididas em 3 circuitos: eixo amarelo, eixo rosa e eixo laranja. Entre um lugar e outro, você passa por lindas paisagens e jardins. O passeio é sempre um mix entre arte e natureza!
Os prédios de muitas das galerias, por si só, já são lindas obras de arte. Merecem destaque as galerias Claudia Andujar, True Rouge, Psicoativa Tunga e Adriana Varejão. Os projetos arquitetônicos já são bem diferentes e estão em perfeita harmonia com o verde ao fundo!
True Rouge. (Fonte: Mari and the City)
Entre uma galeria e outra, temos obras de arte avulsas dispostas ao longo do trajeto. Algumas delas estão entre as mais fotografas do museu como, por exemplo, os fusquinhas de Jarbas Lopes que compõem a obra Troca-Troca e as vigas enterradas de Chris Burden na obra Beam Drop Inhotim. Não deixar de ver também o Jardim de Narciso, obra de Yayoi Kusama no teto do teatro que conta com esferas espelhadas flutuando na água refletindo o céu e a vegetação!
Jardim de Narciso. (Fonte: Mari and the City)
No eixo amarelo, o grande destaque é a galeria Cildo Meirelles que tem cômodos com todos os objetos revestidos de vermelho. Outras obras bem interessantes são o o iglu sensorial de vidro de Olafur Eliasson e as interessantes patas-de-elefante.
Galeria Cildo Meirelles em Inhotim. (Fonte: Mari and the City)
No eixo rosa, o mais legal é descobrir a galeria de Matthew Barney no meio da mata que mostra um trator gigante esmagando uma árvore branca. No pavilhão de Doug Aitken, você pode apurar os ouvidos com sons vêm de um furo de 200 metros de profundidade no solo. As imagens dos índios Yanomami da fotógrafa Claudia Andujar em outra galeria buscam emocionar os visitantes de verdade!
Galeria de Matthew Barney. (Fonte: Mari and the City)
No eixo laranja, temos o famoso pavilhão dedicado à artista Adriana Varejão. Também fazem parte desse circuito a galeria Psicoativa Tunga, uma das mais instigantes do museu com obras que contam com esculturas, fios de cobre e outros metais, e a divertida Cosmococa que leva o visitante a ter experiências multisensoriais. Bem perto dessa última galeria, temos grandes estrelas do museu: os fusquinhas de Jarbas Lopes que compõem a obra Troca-Troca e a escultura Elevazione, de Giuseppe Penone, uma imensa “árvore” suspensa com raízes expostas. A maioria dos jardins temáticos também faz parte do circuito laranja como, por exemplo, o desértico que tem uma ampla variedade de cactos excêntricos.
Troca-Troca, de Jarbas Lopes. (Fonte: Mari and the City)